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17 julho, 2014

Diálogo.

Você fala comigo como se acabássemos de nos conhecer no tinder, já eu uso o verbo no passado e cutuco  minhas feridas, só pra você ver como doeu o babaca que você foi.

Eu te conto por cima, você fala baixo, uso um termo do passado e tento fazer você entender que eu to querendo levar isso pro futuro.

Quando nem eu mesma sei se no presente tem espaço pra gente.

Sabe, eu gostei tanto de você lá atrás quando eu nem sabia que eu ia fazer jornalismo, quando escrever pra mim era uma forma de te encontrar não de trabalhar, quando nem tinder você tinha.

Agora te ver voltar dá um medo de me apaixonar e pior disso de me decepcionar de novo, eu falo pra você como se eu não tivesse perdoado, mas na verdade eu só não me deixo esquecer, pra não viajar nos seus olhos de novo e acabar te procurando em cada estação.

Você me fala de mudanças e eu só penso se você não queria se mudar pras minhas crônicas, visitar minhas insônias e se aconchegar na minha sala de incertezas, já que você alugou um caminhão de mudanças, não quer levar meus pontos de interrogações na caçamba? Eu to a fim de reticências...

De travessões pra ter aquele diálogo que eu esqueço do mundo, que ocupa as folhas de rascunhos e acaba com a bateria do celular, eu quero falar com você sem feridas, sem tinder, sem mentiras e com a nossa ortografia: a do amor.  

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